Discografia Potiguar: Ameaça Subterrânea

A Ameaça Subterrânea no início dos anos 2000

Quem andava pelos palcos underground de Natal nos anos 2000 deve ter visto a Ameaça Subterrânea em ação. E quem viu, gostou. O hit era “Motoca Laser” cantada por quem estava na frente do palco ou tomando alguma coisa a observar mais de longe a sonzeira que o grupo fazia.

A banda surgiu no início dos anos 2000, inicialmente como um experimento de Rômulo Angélico e Walter Gonzales. Lucas Fortunato, guitarrista da banda, nos contou que no começo era uma coisa muito simples, com voz, violão e teclado. E que naquela época havia uma intensa interação com o movimento punk e anarquista, do qual eles faziam parte.

Com o tempo a formação cresceu, e vieram as composições. A primeira formação da banda foi: Rômulo (vocal), Gonzales (teclado e vocal), Lucas (guitarra), e Kelinho (bateria). Em 2002 a banda decidiu registrar as músicas no Ícone Studio. Já tinham em torno de 10 músicas que bebiam do rock e punk. As letras expressavam reflexões críticas sobre a política e a sociedade, em parte influenciadas pelas ideias do anarquismo. Jefferson entrou para ocupar o baixo e depois a bateria.

Os ensaios aconteciam na capotaria do pai de Rômulo, no Alecrim, em uma garagem bem subterrânea mesmo. Entre uma jam e outra, músicas surgiam, mas a maioria era obra de Rômulo e Gonzales. Com mais experiência e um som mais encorpado a banda gravou de novo, em 2003. Mais uma vez no Ícone Studio no esquema “ao vivo”.

A banda tocou em Natal, em espaços conhecidos, em eventos punks e anarquistas, e também em algumas cidades do interior do estado. A banda seguiu compondo, tocando e gravou mais músicas. Mas essas gravações não estão disponíveis nos streamings. Passaram alguns anos sem tocas e em 2018 resolveram juntar os antigos integrantes, convidando Douglas para a bateria. Voltaram a ensaiar e o entrosamento dos integrantes se manteve apesar do tempo que ficaram parados. Fizeram umas poucas apresentações, inclusive em festival no interior do RN, na Residência Universitária, porém, não avançaram muito mais.

Para Lucas o som da Ameaça Subterrânea é simples, mas eficiente. Principalmente pela sonoridade do teclado: “A sonoridade da banda é relativamente simples. O teclado incrementa o estilo de forma inusitada, e isso encaixa bem com a pegada bem humorada de algumas músicas. A crítica social e política coexiste com ironias, traços de niilismo e ideais utópicos. Há poesia, escracho e versos filosóficos em algumas letras. Qualquer dia desses, quem sabe, reunimos o pessoal para uma sessão nostálgica”.

Nos antigos releases a banda mandava a real: “A Ameaça não está interessada em entupir os bolsos de dinheiro ou obter o estrelato. O amor, a amizade e a liberdade, para nós, valem muito mais”.

Confira o som da Ameaça Subterrânea no canal Botija Rio Grande: