Mopho está de volta em EP introspectivo

Foto: Woulthamberg Rodrigues

Já se vão 20 anos desde que a Mopho fez sua estreia em álbum. No ano de 2000, o disco homônimo foi muito bem aceito por crítica e público em uma retomada forte da psicodelia na música brasileira. A banda saiu de Maceió para ganhar o Sudeste, Centro-Oeste e Sul, tocando em festivais. O disco foi lançado por Luiz Calanca e seu lendário selo Baratos Afins.

De lá para cá a banda mudou de formação e voltou à clássica – Júnior Bocão (baixo e voz), Hélio Pisca (bateria), João Paulo (guitarra e voz) e Dinho Zampier (teclado) – que também gravou Vol.3 (2011), sempre mantendo sua linha musical que mistura a psicodelia com o rock e o pop. A diferença para o EP Que Fim Levou Meu Sorriso é uma pegada mais intimista, mais introspectiva, em comemoração aos 25 anos de banda.

Capa do EP Que Fim Levou Meu Sorriso

Ao longo das seis faixas que formam o disco se percebe uma aura de contemplação pelo que já foi vivido, um sentimento muitas vezes de saudade. São músicas delicadas, com os vocais cristalinos de João Paulo que já se projetam na introdutória “Mundo Sem Fim”, onde ele divide o vocal com sua filha Júlia Guimarães (vocal da Ladybug).

Os títulos das músicas já entregam bem o que vem pela frente em termos sonoros. A solidão anda de mãos dadas com dias que passaram, a contemplação citada antes pode até passar por um prendimento ao que se foi, mas também são sentimentos que almejam dias melhores em torno do amor.

Ao fim das seis faixas que compõem Que Fim Levou Meu Sorriso fica a impressão que clássicos da música nordestina como Fagner, Ednardo ou o goiano Odair José tivessem desacelerado ainda mais suas músicas românticas e caido na psicodelia ao observar os dias atuais que apesar de passarem rápidos dão a impressão de infindáveis e sem sentido. O passado é logo ali nos dias que virão.