Dias atrás conversamos com Alexandre Falante (N.T.E.) sobre a possibilidade dele disponibilizar os discos de sua coleção em canais como o Youtube. Muitos dos discos que ele mostra em seu perfil Caixão do Falante não estão disponíveis nas plataformas de streaming. Muitas bandas (a maioria) nem existe mais. O papo com Alexandre levou à descoberta do recém-criado canal Botija Rio Grande, dedicado a disponibilizar discos de bandas potiguares, extintas ou não, que não estão disponíveis nos streamings. Sendo assim, resolvemos embarcar na viagem e divulgar esses discos e bandas aqui na seção Discografia Potiguar, para contribuir com a preservação da história musical do RN.

Capa do EP Stigma, lançado em 2003 pelo selo Solaris Discos.

A banda que inaugura a seção é a Darma, a primeira banda de rock totalmente formada por mulheres a gravar um disco autoral no Rio Grande do Norte. O EP Stigma completa vinte anos em 2023, o que revela que as integrantes eram bem jovens à época: Dani Tupah (bateria), Danina Fromer (violino), Denise Tyfereth (baixo, voz), Paula Oliveira (guitarra, voz) e Paula Ortiz (guitarra, voz) tinham entre 16 e 20 anos.

Danina Fromer foi a última a entrar na banda e contou um pouco das suas lembranças da época: “A gente tocou em bares ali do Beco da Lama e em festivais de rua tipo Levante da Juventude, eventos contra a fome em palcos armados na Praça Cívica. Naquela época tinham muitos. Lançamos o CD no Bar 1 e em João Pessoa. Dentro do underground os homens geralmente nos respeitavam. Mas quando a gente ia pra um ambiente mais playboy era difícil achar um homem que falasse bem da gente. Quanto mais playboy, mais nojento o comentário. As bandas dos movimentos mesmo eram mais de boa, alguns até ajudavam a gente, emprestavam cabos e tal”.

Segundo Danina, que depois fez parte de mais duas bandas (Eletro Bilhar e Emblemas), a Darma é até hoje o projeto que mais rende comentários. Possivelmente pelo pioneirismo de duas décadas atrás.

Como muitos jovens músicos, a Darma também sofria com a falta de grana para alugar estúdios de ensaio, e pra custear o deslocamento para shows. Danina não lembra porque a banda acabou. É possível que, assim como tantas outras, foram os desafios e cobranças da vida “normal” que provocaram a dissolução do grupo.

O EP Stigma possui seis faixas, sendo a sexta não creditada. A sonoridade passeia entre o rock mais pesado e o pop com letras em inglês, espanhol e português.

Confira a seguir:

Uma resposta para “Discografia Potiguar: Darma – Stigma (2003)”.

  1. matéria com exatamente nenhuma linha sobre o produtor que inventou de bancar (quase) tudo da gravação do disco: eu! Fora emprestar guitarra, amp Marshall, pedais etc… Essa imprensa potiguar, sei não…

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