Almanaque do Heavy Metal Potiguar mapeia primórdios da cena do RN

O Heavy Metal sempre foi um estilo com representantes de qualidade por todo o Brasil. Em Natal não é diferente e a cena sempre manteve shows constantes e com bom público, além de promover um bom intercâmbio com shows de bandas de todo o país.

Com o intuito de registrar a cena, as bandas e materiais lançados, Daniel “Dose” Bernardo – entusiasta, consumidor e frequentador assíduo dos shows em Natal e fora da cidade – escreveu o Almanaque do Heavy Metal Potiguar que em sua edição de estreia traz 24 bandas compreendendo o período de 1985 a 1999. A escolha do ano de partida é a criação da primeira banda de Metal que se tem notícia em Natal, a Serpentários que em pouco tempo mudaria de nome para Sodoma.

Apesar do almanaque ser de Heavy Metal, com bandas como Hammeron, Deadly Fate e Expose Your Hate, que passeiam pelos tradicionais heavy, thrash e death, aparecem bandas com estilos de sons diferentes ou com influências que extrapolam o estilo e dão mais diversidade, como a Hardwind, de São José de Mipibu, que toca hard rock progressivo.

Dose também é integrante, ao lado de Paulo Dantas, Rafael Borges e Thiago Marinho, do programa de rádio Natal Metal que é veiculado toda sexta às 22h na Universitária FM e traz entrevistas com formadores da cena e com trilha sonora quase toda voltada ao metal potiguar.

Batemos um papo rápido com Daniel “Dose” Bernardo sobre o almanaque que contou com projeto gráfico de Rafael Borges, capa de Thiago Marinho e revisão de Paulo Emílio.

Capa do Almanaque do Heavy Metal Potiguar

O livro era uma ideia antiga e você aproveitou a Lei Aldir Blanc para viabilizar?

Daniel Bernardo: A ideia meio que surgiu de repente, sempre pensei em agregar a cena do Heavy Metal, fazer algo de forma mais ativa, aí pensei em catalogar as bandas de heavy metal do estado, que na verdade até existe um site para isso, mas queria fazer algo para poder divulgar mais facilmente com o grande público. A produção do programa de rádio Natal Metal também foi um incentivo. Quando saíram os editais da lei Aldir Blanc eu meti a cara para ler e ver se tinha algum a ver com minhas ideias e encontrei.

Fala um pouco sobre o programa.

Há anos eu tento fazer um programa voltado para a música que gosto, porém por não ser da área nunca soube que caminho trilhar e não tinha coragem de fazer um podcast. No ano de 2019 surgiu um edital da Rádio Universitária para que pessoas externas da rádio pudesse produzir conteúdo. assim me juntei com um grupo de amigos, Paulo Dantas, Rafael Borges e Thiago Marinho, e botamos a cara para produzir o piloto que foi aprovado. A ideia do programa que a gente montou é entrevistar bandas, produtores e principalmente pessoas com uma mentalidade não conservadora. Porém, por causa da pandemia, tudo parou e o programa só começou a sair em 2021. Temos até o final do ano, toda sexta, a partir das 22h, 1h dedicada ao heavy metal com entrevistas e quase todas as músicas aqui do estado.

Sobre o Almanaque, por que a escolha do período em questão para retratar as bandas?

A ideia nasceu maior: fazer as bandas, os discos, os músicos, de 1985 até 2021. Porém ao começar a trabalhar nele (só tive dois meses para tudo) vi que seria impossível fazer algo consistente com tanta informação. Aí eu restringi até 1999, pois teria uma boa quantidade de bandas e fecharia, para mim, um ciclo (os anos 2000 começaram a ter outros protagonistas na cena).

Sei que irá atualizar ano a ano. Mas pretende escrever sobre período(s) a frente ou será restrito ao do livro?

Eu quero todo ano tirar um tempo para atualizar e corrigir o livro, porém dependendo dos incentivos (leis e editais) posso começar antes, pois a aceitação do livro foi muito boa e já estou recebendo vários materiais e correções. No meu cronograma está inserir bandas de 2000 até 2010, discos lançados de 1985 até 2010, bandas e discos de 2010 até dias atuais. Outra coisa é que muita gente pede a versão impressa. Minha proposta é que saia sim, porém quando ele pegar um volume maior de páginas.

Para baixar o Almanaque do Heavy Metal Potiguar clique na capa acima.

Abaixo assista a uma matéria do finado Aqui Agora na Whiplash Discos registrando os primórdios da cena Heavy natalense.