O trio paulista Space Smoke trouxe de volta à tona um assunto que é tão velho quanto a humanidade: o Ocultismo. E muita gente quando lê a palavra associa a algo ruim. Fato é que o Ocultismo, que pode ser entendido como forças além da compreensão, é fonte de estudo e de criação de muita gente.
Tematicamente a Space Smoke está lado a lado com Tim Maia (Tim Maia Racional vol. 1), Raul Seixas (Gita), Jorge Ben (A Tábua de Esmeraldas) e Lula Côrtes e Zé Ramalho (Paêbirú). A diferença é que Aurora Dourada, disco de estreia do trio Alexandre Reis (bateria) e Eiglimar Junior (guitarra) e Gabriel Toledo (baixo), é instrumental. Totalmente voltado para a viagem embalado a stoner, doom e psicodelia.
O disco, que é um lançamento do selo Abraxas, conta com duas faixas e um interlúdio com sons de morcegos captados na mata no interior de SP. Ela que faz a transição entre “Magia Cerimonial” e “Corpo Solar”. A primeira, mais densa e pesada; a segunda com pegada mais viajante. A mudança leva a interpretação de que nem toda viagem é tranquila. E vocês sabem disso. Tanto que várias frases aparecem durante o vídeo, como “os extremos se tocam”, “nada está parado, tudo se move, tudo vibra”, “tudo tem sua maré”. Dá até para você que lê aí do outro lado comparar com os dias que vivemos, relembrar o passado e “prever” o futuro.
Para dar um toque ainda mais visual a viagem, Kyara Araújo produziu a animação do vídeo abaixo. A trilha e imagens levam a personagem de casa a lugares permeados por fogo, ar, água e terra. Com direito a escadaria que leva a uma porta e uma caverna que podem servir, como conta a lenda da Pedra do Ingá e assim acreditavam Lula Côrtes e Zé Ramalho, de passagem para outro lugar.
Assista Aurora Dourada e tire suas próprias conclusões.