A Fukai surgiu da dissolução da Fewell, banda com pegada mais rocker. Em sua formação original, era um quarteto com Rodolfo Almeida (guitarra, voz), Pedro Victor (guitarra, voz), Flávio Dado (bateria, voz) e João Rocha (baixo). A banda abriu o estúdio Mangueirão – localizado em Potilândia e na ativa até hoje – para ensaiar e realizar possíveis eventos. A sonoridade passeava por algo dançante e viajante. Uma mistura de pôr do sol e curtição pela night natalense nos tempos áureos (saudades rs).

A estreia da Fukai foi produzida por Dante Augusto, conhecido por já ter gravado o disco da Fewell e pelas tocadas pela cidade. O convite para Dante produzir o disco levou ele a entrar para a banda, após colaborar durante a gravação com synths e teclas em geral, como conta o próprio Dante a seguir: “Eles me contataram para gravar porque queriam que fosse no recém inaugurado Mangueirão. E eu poderia levar o equipamento de gravação para o local e fazer tudo por lá, de uma forma mais descontraída, mas ao mesmo tempo mais intensa. Quando me mostraram as músicas que eles estavam trabalhando, na hora percebi que o som estava bem mais maduro, deixando de lado o punk rock dos tempos do Fewell e partindo para altas doses de psicodelia groovada. O Get Up Kids e Silverchair davam lugar a Hendrix, James Brown, Sly And The Family Stone, Red Hot, Tame Impala… No Mangueirão, a gente chegava pela tarde e varava pela noite. Rolavam várias pausas longas, pra comer e ficar trocando ideia por horas, lombrando sobre música, sobre rolés, sobre a vida, mas quando a gente entrava no estúdio para gravar, também ficava por horas refazendo takes e experimentando timbres até cansar. Ou chegar em algo que pudesse tirar o sorriso dos cinco ao mesmo tempo, não era tarefa fácil. Acabamos registrando as 8 faixas mais bem acabadas que eles tinham na época. Eu curti muito o som e durante as gravações acabei contribuindo como músico nos synths e timbres associados a teclas em geral. Depois disso acabei entrando pra banda e ficando brother de todos até hoje. O Era Aquário marcou época de muita gente da cidade, que ia pros rolés da época ver a banda tocar, comprava os cds e curtia o som. O Fukai era a nossa versão local da psicodelia indie dos anos 2010, sem deixar barato pra nenhuma banda do mundo nesse gênero”.
A capa é obra de Daniel Nec e a masterização de Cássio Zamboto.
Ouça Era Aquário a seguir, pelo canal Botija Rio Grande.