O Abelha é o projeto solo do músico belorizontino Mauro Novaes, baterista de bandas como Cadelas Magnéticas, Desejo Terrível e Herói do Mal. Em nova empreitada se lançou como guitarrista e vocalista acompanhado da Banda Ilusão Sonora, formada pelos músicos Vinikov de Morais (guitarra), Pedro Vasseur (baixo), Pedro Biata (bateria) e Claudão Pilha (percussão).
O título do EP, The Clash com Banana, lançado ainda em 2022 chamou atenção e tocou aqui na redação agradando logo de cara. Aquele clima de cerveja, caldinho de sururu e o som das ondas do mar de fundo. Música Brasileira de Garagem – foi assim que Mauro batizou a sonoridade, que nada mais é que beber na fonte dos Novos Baianos e Luiz Caldas, das guitarras dançantes do Norte de gente como Mestre Vieira e Aldo Sena e chegando, por que não, ao monstro Joe Strummer.
Batemos um papo com Mauro Novaes para saber mais sobre essa lombra sonora.
Revista O Inimigo – Pra começar, Mauro, vi que a banda lançou alguns singles de 2021 pra cá e algumas entraram no EP. Pelo que vi a banda é bem nova. Fala um pouco da trajetória até aqui da banda e de quem faz parte dela.
Mauro Novaes – A banda começou em 2021 mesmo. Eu já tinha uma parceria com o Vinikov (guitarrista) quando tocava bateria num projeto dele. Aí comecei a fazer umas músicas com uma guitarra que tinha em casa e chamei ele pra me ajudar a gravar, no estúdio dele. Chamamos o Pedro Biata pra tocar bateria e dessa sessão saíram os primeiros lançamentos, “Maletinha” e “Vermelho Pede Vingança”. Depois disso chamamos o Pedro, que já estava ajudando com a divulgação dos singles, para tocar baixo e o Claudão Pilha, também parceiro das antigas, para tocar percussão. Aí começaram ensaios, novas músicas, shows e a gravação desse disco que lançamos a pouco, o The Clash Com Banana. Todo mundo já havia tocado um com outro em outras bandas, já tinha aquela parceria.
O Claudão Pilha, que eu lembre, é um dos organizadores do Campeonato Mineiro de Surf. Massa demais.
Isso ae! Ele mesmo. Você já veio no festival? Quase sempre eu vou.
Nunca fui ao Campeonato Mineiro de Surf. Uma banda massa daqui, Jubarte Ataca, tocou em uma edição.
Conheço a Jubarte Ataca! Massa demais. Então você fala de Natal, certo? Eles participaram de uma coletânea de versões surf music do Ramones em que toquei, em outra banda também da coletânea.
E essa mistura musical já vinha de antes também?
A mistura na verdade foi meio por acidente… Depois de o som já estar meio assim swingado que começamos a brincar com a parada do The Clash com banana. Aquelas primeiras músicas foram todas feitas na guitarra, mas não tinham uma batida muito bem definida até eu entrar no estúdio pra gravar uma demo delas. Ainda não tinha a banda. Quando eu sentei pra tocar a bateria das faixas saiu naturalmente esse ritmo mais swingado. Aí foi quando eu chamei o Biata para tocar as baterias nas gravações definitivas que entendemos que a gente deveria é entrar nessa onda mesmo e ser feliz. (risos)
Se o som tá fazendo a felicidade, segue em frente. A banda é bem nova e o disco já chamou atenção. Vocês estão articulando shows, de repente festivais, contatos com produtores de outros estados?
Cara, eu acho que a gente ainda está ganhando “casca” pra começar a tentar entrar em festivais Brasil afora… Acho que não chegamos ainda nem em uma dezena de shows. A maioria somos nós mesmo que produzimos por aqui. Já teve um ou outro convite pra tocar em outros estados, mas nenhum custeava nem o deslocamento da banda. Aí fica complicado demais. Esse disco agora tivemos um trabalho de divulgação maior e estamos tendo uns retornos bem legais. Mas assim, aproveitando que estamos num momento de banda muito bom e criativo, já começamos até a gravar o próximo disco pra lançar no início do ano que vem. Acho que esse ano sai mais uns dois singles novos e uns clipes. Ainda vai chegar o momento da gente focar mais em pegar a estrada mesmo. Claro que em qualquer momento se surgir uma oportunidade, vamos dentro.
Como será esse álbum? Mesma pegada do EP?
Basicamente sim, mesma pegada. Mas vamos ter outros ritmos também. Vai ter reggae, ska, umas músicas mais viajandonas (quase um pós-punk axé – risos), mas nada muito diferente do que apresentamos no EP. Particularmente eu acho que vai ser melhor ainda. As músicas são muito boas e estamos tocando melhor também.