Quem conhece a carreira de Bárbara Eugênia sabe que ela passeia por diversos estilos, com destaque ao pop romântico, usando sua voz marcante para dar um toque único às suas músicas e mais charme às versões. É o caso do novo álbum Foi Tudo Culpa do Amor (Pérolas Populares, vol. 1). Como o título entrega, é um passeio pelo cancioneiro popular classificado como brega.

Aí se abre uma lacuna difícil de preencher: como enquadrar o que é “brega”? Se convencionou chamar da música de baixa qualidade, exageradamente romântica. O que já é controverso, pois baixa qualidade existe em diversos estilos, exagero romântico nem se fala. Do forró ao rock, há exagero.
Fato é que com Foi Tudo Culpa do Amor (Pérolas Populares, vol. 1) Bárbara Eugênia e Zeca Baleiro, que produz e canta em uma faixa, conseguiram sintetizar em 10 músicas um universo muito abrangente. Inclusive trazendo músicas que nunca ouvi, o que é natural dado o já citado universo de abrangência. Wando, Márcio Greyk, Odair José e Reginaldo Rossi estão presentes, mas também Joelma (não é a rainha do Calypso) com a música que mais gostei: “Nasce do Silêncio uma Saudade” (versão original maravilhosa) que ganhou uma pegada mais dançante, quase disco. “Vadiar” interpretada por diversos artistas e de autoria de Davidson Vicente Jr, ganhou uma pegada tecnobrega com uma guitarra chorando. “Não Vou Mudar” com uma pegada pop conta com a participação nos vocais do autor, o grande Fernando Mendes.
Em 2005 foi lançado o Tributo a Odair José com gente como Pato Fu, Paulo Miklos, Mundo Livre, Jumbo Elektro (de Tatá Aeroplano com quem Bárbara tem parceria há anos), e Zeca Baleiro. Uma prova que o Brega é parte da importante música brasileira, passando por cima dos preconceitos e trazendo de volta Odair José que passou anos no ostracismo.
Foi Tudo Culpa do Amor (Pérolas Populares, vol. 1) é um grande acerto de Bárbara e Zeca. Que venha o volume 2 e vários outros. Porque clássico tem de sobra.