A nata do chorume compareceu em peso ao Skate Burrito

Se tem uma coisa boa é quando você acha que a noite vai ser massa e é. Antes das 21h rumei pro Skate Burrito para sacar Vagalumes do Mar, Jubarte Ataca e Junx. Essa foi a sequência de apresentações da noite de 04/03 no alto de Candelária. A linda e joiada Gabi declinou da noitada e me deixou lá para encontrar a nata do chorume da juventude (alguns já passados do prazo de validade) natalense que ainda curte um rock. Ainda existe isso, ainda bem.

Já foi uma surpresa em ver o ambiente cheio antes da primeira apresentação. Geralmente a galera fica na esquina arriando lombra e bebendo na conveniência, mas estavam lá dentro batendo papo, ouvindo o som ambiente que Dante Augusto botava e batendo o rango massa do Skate Burrito. Há tempos não via tanta gente conhecida junta num ambiente massa. Vale ressaltar o valor digno do preço da cerveja. Que continue assim (atrai os jovens e os velhos também).

A Vagalumes do Mar, de Parnamirim, abriu os trabalhos e foi a primeira vez que a vi. Gostei do que vi e ouvi, inclusive Márcio Nazianzeno mandou um “já sou fã”. Senti na banda uma pegada brega. Isso é um elogio, que fique claro. Um brega punk, de repente. Atitude no som, nas letras. Teve gente que disse que não gostou quando ouviu nas plataformas de streaming. Talvez se estivessem lá, mudassem de ideia. Em meio às músicas autorais, trechos de Raul, Mutantes e Jorge Cabeleira e O Dia Em Que Seremos Todos Inúteis. Boas referências. O trio é formado por Edo Sadistica (voz e sintetizadores), Tony (voz e guitarra elétrica) e Davi Selton (bateria) e no perfil deles no Youtube investem em bons vídeos. Vale a pena conferir.

A Jubarte Ataca dispensa apresentações e engabelou alguns fãs. Acharam que seria a última e demoraram a chegar. Pegaram o fim e digo: eu acho é pouco! Dito isto, showzaço. Primeira vez que vi o formato quarteto e a zuada é sem precedentes. Dan Dan um charme na guitarra, mas um tanto contido. Saudade dos tempos que levantavam ele, que tocava de cabeça pra baixo, o baixo, com os pés no teto. Fica a reclamação que surf não é só agressividade, tem momentos de relaxamento e curtição da onda. Vide até o formato das pranchas existentes que permitem um deslizar mais lento e cadenciado da onda. Favor tocar, na próxima vez, pelo menos duas músicas mais “beach boys”.

Encerrando a noitada a novata (com os velhos conhecidos Jack, Andola e Wagner) Junx trouxe de volta os bons acordes do punk. Banda nova, repertório em teste, creio que motivou o alongamento de algumas músicas que teoricamente, no melhor estilo ramoniano e afins, dura menos de 3 minutos. Mas que quase viram jam sessions. Os olhares entre os músicos deu a entender isso. O visto e ouvido agradou, que sigam tocando esse estilo quase enterrado pela juventude natalense colorida.

A volta para casa a pé foi coroada com uma dormida até o dia amanhecer no chão da área por motivos de: esqueceram a chave por dentro da fechadura e não ouviram os telefones chamando. Uma noite como uns 20 anos atrás.

No nosso perfil no Instagram é possível ver alguns vídeos das bandas em ação.