No último dia 12 de agosto, o Metallica, disco que ficou conhecido como Black Album ou Disco Preto, completou 30 anos de vida. O disco é, sem dúvidas, um divisor de águas na história da banda, alçando o grupo ao sucesso mundial entre o grande público, visto que no mundo do metal em si eles já eram uma das maiores bandas da época.
Justamente por isso, o Black Album é um tanto controverso entre os fãs da banda, visto que a ala mais radical o culpa pelos rumos que o grupo tomou a partir dos anos 90, com sonoridades mais populares e que até certo ponto se afastaram do metal tradicional. Particularmente não consigo gostar de muita coisa da banda lançada durante os anos 90, salvo uma ou outra música solta pelos álbuns.
Voltando ao Disco Preto, se analisarmos o contexto histórico da coisa, algo tinha que mudar. O início dos anos 90 estourou o grunge. A estética musical e visual do metal oitentista era criticada e deixada de lado por muitos. O ímpeto de fazer sucesso do Metallica juntamente com o contexto histórico levou a guinada. No caso deste disco em si, considero que os caras acertaram em cheio, mas também muito em função da produção do Bob Rock, dar esse crédito ao cara não é exagero, visto que os álbuns posteriores estão longe de ser unanimidades, mesmo entre os não adeptos do Thrash Metal.
Eu gosto sim do Metallica Thrash Metal, mais frenético e raivoso… Se a banda tivesse continuado nessa pegada provavelmente teria mantido uma regularidade maior na discografia como um todo, porém, provavelmente, teriam ganho menos dinheiro e conhecimento entre a geral. De alguns anos para cá os caras têm até demonstrado a vontade de reincorporar mais o Thrash à sua sonoridade, mas ainda muito longe do que fizeram outrora ou mesmo de atingir o nível de musicalidade do próprio Black Album, aquela coisa, de depois de anos afastados de uma coisa mais crua, perde um pouco a mão.

Porém, chegar ao nível do Disco Preto também não é uma coisa fácil. O disco, alçou quase metade das suas 12 faixas a singles de sucesso. Ouvir uma banda de metal tocando em programas populares de rádio da forma como “The Unforgiven” chegou a tocar é incomum. Além dela, outros grandes sucessos do disco são: “Enter Sandman”, “Nothing Else Matters” e “Sad But True”. A realidade é que todas as canções são de ótima qualidade e o disco é muito coeso.
As curiosidades sobre o disco em si são até bem conhecidas, como as aulas de bateria para o Lars Ulrich, as aulas de canto para o James Hetfield… As brigas entre Hetfield e Bob Rock que jurou nunca mais produzir nada dos caras… O fato é que, apesar dos percalços para a gravação, o resultado não poderia ser melhor, dentro da perspectiva mercadológica ambicionada e visualizada principalmente pelo Lars Ulrich.
Sua importância não pode ser deixada de lado, visto que acaba sendo até hoje uma das portas de entrada para muitos no mundo da música pesada e suas canções são quase que obrigatórias no repertório dos shows do grupo. A introdução de “Enter Sandman” é uma das mais marcantes e conhecidas do metal mundial… Enfim, é um disco que para o bem ou para o mal (na visão de poucos) deve ter seu valor reconhecido.