This is Pop – Um passeio tortuoso pelo universo da música pop

Direto do Canadá está disponível na Netflix a série This is Pop, uma produção sobre a música pop desde seu surgimento aos dias atuais. A 1ª temporada tem 8 episódios em torno de 45 minutos e trata do que se convém chamar pop com leveza e destreza. Nenhum episódio é enfadonho, todos batem tal qual aquela música chiclete de 2min30s que quando acaba dá vontade de continuar ouvindo. Dá pra maratonar fácil e terminar em um único dia.

Por mais que se conheça a música pop, seu lado bom e seu lado ruim, muita informação apresentada na série era inédita pra mim e assim será para muita gente. Até porque eles englobam country, o movimento Riot grrrl, boy bands e um edifício que durante anos concentrou mais de 100 salas produzindo música. Pois é, se você nunca atentou, a música é uma indústria poderosa tanto no social como no financeiro.

Dentro dos oito episódios além do country, boy bands e o episódio sobre o Brill Building ainda tem o sobre a Suécia e sua fábrica de bandas pop e produtores pop, um sobre o que a música é capaz (músicas de protesto onde entra o riot grrrl), um sobre o auto tune, britpop e sobre os festivais. Dos cantores country raiz que foram ao pop, passando pela briguinha de moleques milionários do Blur e Oasis até a ridicularização de T-Pain – considerado o precursor do uso do autotune – nem tudo são flores no universo da música pop. A treta sempre teve seu papel para movimentar o dinheiro envolvido.

Os episódios que mais me impressionaram foram o sobre festivais, o sobre o que a música é capaz e sobre o Brill Building. O episódio 06 é sobre os festivais e por mais que estejam inseridos há décadas por todo o mundo, ainda reúnem características distintas do formato ao surgimento. O que trata sobre o poder da música, episódio 07, no contexto social é um belo retrato dos dias atuais que não são diferentes dos primeiros dias da música pop. Ou seja, a luta é diária. Trata sobre racismo, sexismo, classismo e se peca em algo é por não botar a religião no meio. Pelo menos não de forma direta. Na verdade todos esses temas estão em todos os episódios de forma diluída. Já o derradeiro episódio é sobre a fábrica de música que era o Brill Building. Localizado na Brodway e com centenas de salas comerciais e estúdios que giravam em torno da música, ele foi o fomentador de gente como Elvis, Neil Sedaka, Carole King e Andy Kim. Este último é o guia do episódio e co-autor com Jeff Barry da chiclete “Sugar Sugar“, gravada pelo The Archies. Ainda tem o grupo vocal The Shangri-las que me fez descobrir que a música porre do Tik Tok é delas. A banda é influência para Donita Sparks do L7, que participa do episódio.

Assista sem medo. Abaixo o trailer da série que é uma parceria da Netflix com o estúdio Banger.