In-Edit 2021: 12 filmes que queremos ver

Cena do filme The Rumba Kings, em cartaz na 13ª edição do In-Edit.

Saiu essa semana a programação da 13ª edição do In-Edit , o tradicional festival de documentários musicais, que vai de 16 a 27 de julho, são mais de 50 documentários entre longas e curtas do Brasil e do mundo.

Pelo segundo ano consecutivo, devido à covid-19, o festival acontece de forma online, alcançando todo território nacional. Toda a programação estará disponível no site e na plataforma do festival: in-edit-brasil.com e br.in-edit.tv .Parte da programação vai rolar também na plataforma do Sesc Digital, sescsp.org.br/cinemaemcasa, e no canal Tamanduátamandua.tv.br, com acesso gratuito. A partir de 28 de junho até 28 de setembro, 11 títulos da mostra Panorama Brasileiro ficarão disponíveis na Spcine Play, spcineplay.com.br, também com acesso gratuito.

A edição deste ano também traz uma homenagem ao cineasta D.A. Pennebacker, diretor de clássicos como Dont Look Back, sobre a turnê inglesa de Bob Dylan em 1965, e Monterey Pop, sobre aquele festival em que Jimi Hendrix tocou fogo na guitarra. A mostra conta ainda com outros curtas do diretor, como o lindo Daybreak Express, e um papo virtual com a premiada diretora Chris Hegedus, viúva e parceira artística de Pennebacker, para falar sobre a carreira e obra do diretor.

E também como no ano passado e no ano anterior, sentamos a vista na programação e fizemos aquela penteada com os filmes que mais queremos ver. O aviso é velho, mas não custa repetir: acesse o site, confira a programação completa no site do festival e faça sua própria listinha.

Sem mais xurumelas, eis a nossa seleta:

Secos & Molhados (Dir. Otavio Juliano, Brasil, 2021)

Além de ser um dos maiores grupos da música brasileira, o Secos & Molhados também é pivô de muitas tretas, histórias apócrifas e lendas. No filme de Otavio Juliano, João Ricardo, guitarrista, fundador e atual detentor da marca Secos & Molhados (que continua lançando discos, aliás) dá sua versão da história, e toca clássicos do grupo.

Swingueira (Dir. Bruno Xavier, Roger Pires, Yargo Gurjão e Felipe de Paula, Brasil, 2021)

Jovens da periferia de Fortaleza determinados em quebrar até o chão aprontam mil e uma confusões. Inspirados pelo pagode baiano, a juventudade cearense mostra todo o seu gingado neste filme de Bruno Xavier, Roger Pires, Yargo Gurjão e Felipe de Paula que acompanha a formação e preparação dos grupos em uma competição de swingueira. Haja coração.

Todas As Melodias (Dir. Marco Abujamra, Brasil, 2020)

A vida, obra e a mente acelerada de Luiz Melodia em imagens de arquivo, fotografias e depoimentos de fãs famosos como Arnaldo Antunes, Céu e Liniker. Pelo trailer não dá pra dizer muito, mas se é sobre Melodia, já vale a pena ver.

João Bosco e Aldir Blanc: Parceria É Isso Aí (Dir. Pedro Pontes, Brasil, 2021)

João Bosco e Aldir Blanc construíram uma das mais sólidas parcerias musicais do país. Nesse curta, os dois relembram momentos e canções marcantes que percorrem mais de 40 anos de amizade. Só pelo teaser, já dá pra sentir que a saudade de Aldir Blanc vai bater forte.

Texas Carlos Massacre (Dir. Gurcius Gewdner, Brasil, 2021)

A sinopse oficial no site do In-Edit diz o seguinte: Orientado por seu médico (ou seria por vozes em sua cabeça?), um jovem diretor recebe uma missão: ir até o Texas para fazer um roadmovie abstrato sobre o Housecore Horror Festival of Film and Music, evento que reúne cinema e música extrema. Entendeu? Nem a gente, mas a curiosidade é grande. Como o filme não tem trailer, queremos ver pra crer.

Crock of Gold: A Few Rounds With Shane MacGowan (Dir. Julien Temple, Reino Unido, 2020)

Shane MacGowan, vocalista dos Pogues, é daquele tipo de cidadão que quando entra no ambiente quem tá perto pede logo um limão. Além do bafo de cana lendário, o bicho também é considerado um dos grandes poetas-compositores da música irlandesa, cheio de histórias que renderiam facilmente uma trilogia. Aqui, o papa do cinema punk Julien Temple conta algumas, regado a fartas lapadas de uísque vagabundo.

Poly Styrene: I Am A Cliché (Dir. Celeste Bell, Paul Sng, Reino Unido, 2021)

A vida e a carreira da vocalista do X-Ray Spex contada a partir de imagens raras e das memórias da filha da artista. Delicado e instigante, o filme promete oferecer um contraste à imagem selvagem da cantora punk. Boa oportunidade também pra saber mais sobre a carreira dela depois do fim do X-Ray Spex.

Suzi Q (Dir. Liam Firmager, Australia, 2019)

Nos início dos anos 70, Suzi Quatro fez história como uma das primeiras mulheres a liderar uma banda de rock, cantando e tocando as próprias músicas. Nesse doc de 2019, contemporâneos e discípulos como Joan Jett e Cherie Currie (The Runaways), Debbie Harry, Alice Cooper e Donita Sparks (L7) falam sobre a força e o legado da artista que, por sinal, segue em plena atividade aos 71 anos.

Fanny: The Right to Rock (Dir. Bobbi Jo Hart, Canadá, 2021)

Uma boa dobradinha com o doc anterior é esse sobre a banda Fanny. Liderada por duas irmãs filipinas chegadas num rockão de garagem de fazer o Slade perder a franja, a banda chegou a cair nas graças de David Bowie, mas acabou passando à história como um tesouro underground para entendidos. Agora, elas se reencontram para passar a história a limpo e, de quebra, tirar um som.

The Rumba Kings (Dir. Alan Brain, Peru, 2021)

A rumba foi a trilha sonora oficial do processo de independência do Congo, na década de 1960. O filme de Alan Brain ilumina a importância do gênero para a identidade nacional do país africano, em depoimentos de personagens que fizeram história na música por lá e no resto do mundo. É pra ver duas vezes: uma pra sacar com atenção, outra pra ficar dançando em frente a tevê.

Sisters With Transistors (Dir. Lisa Rovner, Reino Unido, 2021)

O pioneirismo feminino nos experimentos da música eletroeletrônica é o mote desse filme da cineasta Lisa Rovner, que faz justiça ao trabalho de artistas como Éliane Radigue, Clara Rockmore, Delia Derbyshire, entre outras. E com narração de Laurie Anderson, veja você. Viagem certa para uma galáxia fascinante e desconhecida.

Dont Look Back (Dir. D.A. Pennebacker, EUA, 1967)

É o seguinte: na verdade, recomendamos assistir a todos os filmes da mostra em homenagem a Pennebacker. Mas se só der pra ver um, veja esse. Clássico do cinema verité, o registro da turnê inglesa de Bob Dylan de 1965 é a representação perfeita do cantor instantes antes de eletrificar o seu som: imprevisível, misterioso, cruel e fascinante.

Serviço:

In-Edit Brasil – 13º Festival Internacional do Documentário Musical

De 16 a 27 de junho

www.in-edit-brasil.com

@ineditbrasil