Em Let The Bad Times Roll, Offspring oscila entre bons e maus momentos

Foto Promocional

Após 9 anos do seu último disco de estúdio, o Offspring lançou no último dia 16 de abril, pela Concord Records, Let The Bad Times Roll. O álbum, que teve algumas das suas músicas gravadas ainda nos idos de 2013, e só foi concluído em 2019, possui 12 músicas que bebem muito nas sonoridades de trabalhos anteriores do grupo, como Americana (1998) e Conspiracy Of One (2000).

A velha mistura entre canções mais voltadas ao pop punk e outras ao pop rock se mantém presente no disco sucessor de Days go By (2012). As letras em grande parte seguem uma linha de crítica com sarcasmo, passando por política, drogas e temas mais pessoais. 

Este é o terceiro trabalho do quarteto, que conta com a colaboração do produtor de rock Bob Rock, que aborda uma sonoridade mais limpa para os vocais. Por sinal, é principalmente nos vocais que se consegue perceber a distância de tempo entre as primeiras músicas gravadas e as últimas. Apesar de serem duas das músicas de pegada mais legal do disco, é perceptível a mudança do vocal em “Coming Of You”, gravada em 2013, e “This is not utopia”, de 2019. 

É também o primeiro com o baixista Todd Morse, que ocupou a vaga deixada por Greg K, em 2018. O restante da banda é composta por Dexter Holland (vocal e guitarrista), Noodles (guitarrista) e Pete Parada (baterista).  

Capa de Let The Bad Times Roll.

É importante frisar que o disco chegou a superar minhas expectativas, pelos singles lançados, a exemplo da faixa título, que traz uma sonoridade voltada ao pop, à qual acho bem dispensável, porém há quem goste. Mas também não deverá ser uma unanimidade entre os fãs, visto que não consegue apresentar uma unidade entre as músicas, a vinheta “In The Hall Of The Mountain King”, como exemplo, surge deslocada sem motivos no meio do álbum. 

Se fosse escolher músicas deste disco para colocar em uma coletânea da banda, seriam elas: “The Opioid Diaries”, que além de um instrumental mais rápido, possui uma boa temática lírica e “Hassan Chop”, a música mais pesada e rápida do álbum, que remete aos tempos do Smash (1994).

Já músicas como “This is not utopia, “Behind your Walls”, “Coming Of You”, são boas músicas, agradáveis de ouvir, sem firulas pops, mas também não chegam a empolgar. “Army Of One”, tem até alguma semelhança com “The Kids Aren’t Alright”, apesar do tom mais baixo do vocal. “Breaking These Bones”, também seria uma música que poderia se encaixar na parte mais rockeira do Americana ou Conspiracy of One

Por falar nisso, o álbum traz ainda uma versão em voz e piano para “Gone Way”, originalmente gravada no Ixnay On The Hombre (1997). A canção já vinha sendo apresentada nessa versão em alguns shows ao vivo. No disco ela destoa do resto do material com a sonoridade totalmente leve, deve dividir opiniões entre os fãs. 

Na classe das dispensáveis, ficam “We Don´t Have Sex Anymore”, principalmente pela letra simplória, e a música de encerramento “Lullaby”. Após a, já lenta, versão de “Gona Way” derruba de vez a sonoridade do disco. Altamente dispensável.