Aoseuvalente estreia com disco de colagens referenciado por obras visuais

Finalmente a banda potiguar Aoseuvalente dá o ar da graça com o lançamento do seu primeiro EP, entitulado (A)cordado de L’aaair. O disco poderia ser considerado o Chinese Democracy potiguar, já que a ideia inicial era lançá-lo em 2016. Mas levando em consideração que nem foto a banda tem, a existência do disco é quase um milagre. A promessa agora é de que venham mais dois EP’s com gravações ocorridas entre os anos de 2016 e 2019. O disco de estreia possui 4 músicas com sonoridades bem variadas que vão de elementos do Shoegaze, passando por Pós-Punk, Lo-fi, até um rock alternativo. 

Ouça a seguir, via Spotify:

A Aoseuvalente é formada por Diego Torres (vozes), Bruno Guerreiro (guitarras), João Augusto (guitarras), Matheus Cedraz (baixo) e Pedro Lucas (bateria). Entre as músicas lançadas existe ainda a participação de Patrick Gomes Shafstein fazendo um solo de guitarra em “O Spect-actor Morre no Começo” e Dante Augusto tocando synths e escaleta. Patrick também ficou responsável pela supervisão das gravações e a pós-produção, mixagem e masterização foram feitas por Walter Nazário e Pedras Leão.

O EP traz uma colagem de vinhetas de vídeos da Internet, letras com recortes de poemas do baterista Pedro Lucas, mesclados a trechos de livros de teoria da arte. O título do disco é a junção do título de dois trabalhos de vídeo da artista brasilense Karina Dias, que foi professora de Diego Torres na graduação na UNB onde deu a disciplina Poéticas da Viagem. “A sonoridade de cada canção foi surgindo de improviso, durante os ensaios e, principalmente, no momento da gravação”, revelou Pedro Lucas..

A primeira música, “O Spect-actor Morre no Começo”, possui um ritmo lento, com guitarras e vocais etéreos, uma pegada introspectiva. Já “Mordemos O Rumor da Reprodutibilidade” traz uma sonoridade mais palatável ao ouvinte desavisado da lombra que deve ser a banda ao vivo. “A Forma Quadrada do Debate Crítico no Campo Ampliado Patético” já traz uma sonoridade que transita por um pós-punk e Lo Fi. Por fim “Movimento Escultural Técnico na Era da Lógica de Timeline” fecha o EP com uma pegada que transita entre o Lo Fi e o rock alternativo.

Se você chegou até aqui ouvindo o disco deve estar intrigado tentando enquadrar a banda em algum rótulo. Levando em conta os integrantes e suas influências, ainda mais o fato de que outra artista inspira a obra musical com vídeos, digamos que seria uma cruza de Black Lips com Fugazi, uma pitada de Los Hermanos com Deadfunnydays e cobertura de Legião Urbana no primeiro disco.