Paulo Souto comemora os 50 com disco solo

Por Hugo Morais

Já se vão 26 anos desde a primeira vez que vi e ouvi Paulo Souto em ação. Na praia de Pirangi do Norte, junto com Renato (primo do então baterista Lula), durante um veraneio. Foi a primeira vez que vi a lendária General Junkie em ação. E fiquei viciado. Perdi a conta de quantas vezes vi minha banda potiguar preferida.

De lá pra cá eles gravaram um disco e ficaram na promessa do segundo com várias canções que acabaram sem registro oficial. A onda de Paulo já era outra, a DuSouto. A primeira vez que vi a nova banda foi no Pé na Areia, na orla de Ponta Negra. Bons tempos. Na época, a formação era Paulo Souto, Gabriel Souto e Fidja. O grupo ainda cresceu e virou quinteto (Joab Quental no lugar de Fidja, Gustavo Lamartine entrando na guitarra e Julio Castro, nas projeções visuais). Logo depois, gravaram o disco homônimo e emplacaram música no jogo FIFA e tiveram distribuição nacional do álbum.

Ficar parado nunca foi a cara de Paulo e trupe, aquela pegada eletrônica praieira com rock, dub, coco que tinha a cara de Natal e ficou de lado e a banda de volta ao formato trio com Paulo, Gabriel e Gustavo Lamartine foi pro lado do som mais dançante, caliente e que bota a juventude pra descer até o chão por meio de drum’n’bass, samba, reggae, reggaeton, dub step e forró. Shows lotados sempre mostraram que o caminho foi acertado. Não para mim. As músicas lançadas naquele primeiro disco ainda botam qualquer música que veio depois no chinelo.

Fato é que Paulo chega ao seu disco solo de forma original. Se agrada ou não são outros quinhentos. As mudanças sempre estiveram presentes e quem o conhece sabe do estilo de boas que ele passa. Era ver Paulo rodando por aí com seu seu fusquinha e ter a certeza que ele era um cara alto astral, apesar dos perrengues da vida. Ele foi um dos personagens entrevistados no documentário que produzi, Independência na Terra do Sol em 2008, em que fica claro tudo isso escrito antes. Principalmente quando ele lembra como era gravar um disco antigamente.

O álbum 50 chega trazendo toda essa carga musical ao longo da vida e sem dissociar com o passado e presente, tanto que a música “piscininha” foi lançada como single pelo DuSouto e está presente no disco solo de Paulo com uma nova roupagem. A capa de Caio Vitoriano já mostra a que se presta a obra. Com uma produção calcada no eletrônico pelas mãos da trupe FeRve (Chico Correa, DJ Guirraiz, Daniel Jesi e Anderson Foca) as influências são variadas. Pode ser reggae, pode ser um brega ou Coco eletrônico. Nessa mistura, Txio Paulinho (como ele assina o disco) passeia pela vida e seus momentos bons e ruins. E os ruins são vistos sempre pelo prisma do lado positivo e de que tudo vai mudar, não tem tempo ruim. Então, na beira da praia ou da piscina, ou até mesmo no enlace amoroso, o homem tá sempre de bem com a vida.

Se você curte o som dançante que a DuSouto vem fazendo nos últimos anos vai gostar de 50, com certeza.