Há sabe-se lá quantos anos, criamos aqui na redação um festival de mentira só com artistas que queríamos ver ao vivo, mas que nunca haviam tocado em Natal. O sucesso desse festival imaginário foi tanto que teve até banda mandando mensagem perguntando se podia mandar material e como fazia pra tocar na próxima edição! Sim, tem doido pra tudo na internet.

Delírios a parte, o Não Vai Dar Ninguém Festival é antes de tudo uma gréia e uma listinha de desejos nossa, na esperança que algum programador ou produtor nos leia e se inspire nas nossas sugestões pra fazer acontecer aqui em Natal, ou em qualquer outra cidade. Daquela primeira edição falsa até hoje muita coisa mudou no mercado (pra dar uma ideia, os Black Keys eram um dos headliners sugeridos/pretendidos), muitas daquelas bandas acabaram tocando em Natal eventualmente, outras acabaram sem nunca vir aqui nos visitar (Supercordas, sdds eternas).

Nesta edição imaginária de retorno definimos algumas regras. Primeiro, pé no chão e só artistas nacionais, com preferência aos dos estados vizinhos. Depois, reduzimos um pouco a duração da lombra e nos concentramos em dois “palcos”: o Palco Inéditos, que como o nome já diz é reservado aos que nunca tocaram aqui; e o palco Oi, Sumido que reúne a galera que veio faz tempo, e estão devendo uma nova visita.

E se não ficou claro depois de tantas dicas nos parágrafos anteriores, vale repetir aqui: o festival não existe, é tudo coisa da nossa cabeça. Portanto, nem adianta mandar material da sua banda que não vai rolar1.

Segue o baile:

Palco inéditos

Conjunto Boi de Piranha (PI)

O Conjunto Boi de Piranha lançou o EP Vacilando no Monte agora em 2024 e já ganhou o coração de quem gosta de guitarrada, cumbia, lambada e demais ritmos latinos e afros – a percussão sempre dá uma pressão boa. O quinteto estreou redondo com um disco que remete aos mestres como Vieira, Aldo Sena, Curica, Cupijó, Manoel Cordeiro ou Felipe Cordeiro.

Pra quem curte: Manoel Cordeiro, Mestre Aldo Sena, Mestre Curica, Mestre Vieira

Ouça: Vacilando no Monte (2024)

Negro Leo (RJ)

O carioca Negro Leo é um representante por excelência da categoria permamente dos malditos na música brasileira. Com uma obra carregada de experimentalismos formais e cercado de performance que entortam a própria tradição da MPB, Negro Leo nunca esteve por essas plagas e periga não estar até que alguém queira apostar na mais sofisticada maldição da música brasileira atual. Casado com a cantora Ava Rocha, poderia fazer uma dobradinha classuda com ela num lineup.

Pra quem curte: Tom Zé, Ava Rocha, Boogarins

Ouça: Desejo de Lacrar (2020)

Ava Rocha (RJ)

Com um DNA de grande estampa, Ava Rocha, filha de Glauber Rocha e Paula Giatán, conduzia uma obra calcada na poesia, na experimentação sem fronteiras e na relação com seus contemporâneos mais doidões até chegar à sua fase mais Gal Costa popular com Néktar, lançado em 2023. Nome representativo da nova música brasileira, com a fase pop de Ava rola a chance perfeita pra colocar a cantora num tremendo palcão, hein.

Pra quem curte: Gal Costa, Jadsa, Luiza Lian.

Ouça: Néktar (2023)

Firefriend (SP)

Com discos lançados por selos gringos e turnês pela Europa, Reino Unido e Estados Unidos, o trio de shoegaze paulistano segue praticamente inédito no resto do Brasil. Ao vivo, é uma catarse hipnótica de barulho, melodia e psicodelia pra chapar até o mais dedicado dos caretas.

Pra quem curte: My Bloody Valentine, Loop, Spacemen 3

Ouça: Live in São Paulo (2023)

Kiko Dinucci (SP)

Kiko já pode ser considerado um dos melhores guitarristas de sua geração. Músico e compositor que transita bem entre o samba e a lombra guitarrística em forma de viola como atestado em Cortes Curtos e Rastilho. Já veio a Natal ladeado de Juçara Marçal e Thiago França com o Metá Metá no Festival DoSol. Show destruidor. Então ele merece vir a Natal sim!

Pra quem curte: Itamar Assumpção, Black Future, Mundo Livre S/A

Ouça: Cortes Curtos (2017)

Quarto Vazio (AL)

Real emo, midwest emo, emo raiz – enfim, chame do que quiser. Na ponta do lápis, o quarteto de Maceió faz aquele som que costura barulho e melodia, que os antigos do período pré-algorítimico chamavam de “rock alternativo” e os mais modernos, de dreampop. Seja como for, gostamos. Lançado em 2023, o disco de estreia da turma, Fábulas, já mostra um grupo com bom ouvido pra melodias e linhas de guitarra fora do óbvio. Pode chorar se quiser, mas não precisa nem borrar a maquiagem.

Pra quem curte: American Football, eliminadorzinho, bandas do selo midsummer madness

Ouça: Fábulas (2023)

Banda de Pífanos Caju Pinga Fogo (PI)

Tradicional sonoridade nordestina que ganha mais força no meio do ano com os festejos juninos. Pé no chão, bucho com bucho e uma lapada ou uma gelada pra dar o gás e dançar a noite toda. A banda lançou o álbum Rosa dos Ventos em 2019, trazendo o passado até o presente como inspiração, e merece chegar por aqui. Chamando Tiquinha Rodrigues para uma participação especial.

Pra quem curte: Rosa de Pedra, Luiz Gonzaga, Banda de Pífanos de Caruaru, Banda Alegria e o Aleijadinho de Pombal

Pelados (SP)

A banda jovem paulistana tem dois discos lançados e não foi além do eixo sudestino ainda, mas tem muito a mostrar Brasil afora. Com Foi Mal, disco de 2022, a banda conseguiu aliar um rock torto com momentos mais indie pop, refrões assobiáveis e hits potenciais como “coquinha gelada after sex”. Pra quem curte um indie torto meio vintage, é caixa.

Pra quem curte: Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, Ana Frango Elétrico, gueersh.

Ouça: Foi Mal (2022).

Ouça: Rosa dos Ventos (2019)

Glote (RJ)

Rock indie empenado, meio esquisitão, mas com potencial pra chapar e fritar. Se em disco é bom, ao vivo então deve ser uma beleza. Parte da nova cena indie carioca, que tem no selo creepmachine records (mais) um porto seguro para experimentar e barulhar à vontade.

Pra quem curte: Duster, Oruã, assistir anime de madrugada

Ouça: MELANCOLIA-ULTRA (2024)

Sara Não Tem Nome (MG)

Sara Não Tem Nome é uma artista multimídia de Minas Gerais e lançou A Situação, seu segundo álbum, em 2023. Um disco com cara de MPB e rock, mas que abre com uma marchinha massa em forma de mantra rogando por dias melhores.

Pra quem curte: Carnaval, clipes e pintura, Jonathan Tadeu

Ouça: A Situação (2023)

Tori (SE)

Vitória Nogueira era vocalista da banda sergipana Ipásia, som empenado e perigoso, e desde 2022 se alçou em carreira solo. Em 2023, lançou seu primeiro disco, Descese, produzido por um trio pesado carioca: Bem Gil, Bruno di Lullo e Domenico Lancellotti. O disco de estreia, que tem participações de nomes como Bruno Berle, Julia Mestre e Dora Morelenbaum, traz momentos líricos arrojados e é uma apresentação contundente, com a delicadeza e a melancolia que emolduram a voz suave da cantora. Nome ascendente da música brasileira de uma nova geração nordestina que vai ganhando os rincões. Fiquem e fiquemos de olho e ouvido aberto.

Pra quem curte: Jadsa, Bruno Berle, Dora Morelenbaum.

Ouça: Descese (Lado A) (2023)

Iris da Selva (PA)

Arista trans não-binário, Iris faz um Carimbó urbano, ligado diretamente ao sentimental e ao espiritual, que pode ser visto em meio as águas que compõem o cenário do Norte do Brasil. É um dos principais nomes da nova cena do Norte.

Pra quem curte: Dona Onete, Lia de Itamaracá, Lia Sophia

Ouça: Das Águas Desse Rio (2020)

El Presidente (SE)

Projeto solo do músico João Mário (baixista da Renegades of Punk) que virou banda, com um pé na psicodelia tropical e o olho no horizonte da nova música brasileira. O disco de estreia Beleza Tem Cura foi produzido por Benki Ferraz do Boogarins e apresenta canções que têm aquela pegada meio estranha que a gente curte, mas sem esquecer o apelo pop.

Pra quem curte: Cidadão Instigado, Cidade Dormitório, Boogarins

Ouça: Beleza Tem Cura (2024)

DJ K (SP)

O funk de São Paulo foi se estruturando em paralelo à popularização e impregnação da escola de funk carioca no mundo da música eletrônica. Enquanto o funk da capital vizinha se tornava rastreável na própria música pop, algo misterioso era construído nas comunidades de São Paulo. Não era mais produção, era bruxaria. Dito isto, DJ K é um dos nomes principais do funk paulistano, quase um subgênero que mereceu até uma compilação da rádio londrina NTS.

Pra quem curte: Bonekinha Iraquiana, Deekapz, Mu540.

Ouça: O fim! (2024)

Diablo Angel (PE)

O quarteto pernambucano sabe fazer música introspectiva, mas também botar pra dançar com riffs fortes e grudentos.

Pra quem curte: Sargaço Nightclub, Far From Alaska

Ouça: O Que Te Dá Prazer (2023)

Irmão Victor (RS)

Uma última lágrima psicodélica escorre de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Irmão Victor, um dos últimos seguidores da psicodelia brasileira forjada por gente como Júpiter Maçã décadas atrás, é aquele cara que seu ídolo deve curtir muito e você nem sabe. Som empenado e fartamente bem produzido na mesma medida, em 2024 o músico gaúcho lançou Micro-Usina, que é toda uma cartela de estrelas aqui na redação do site. Vamos mergulhar na lombra, pessoal.

Pra quem curte: Júpiter Maçã, Mopho, Arnaldo Baptista.

Ouça: Micro-Usina (2024)

Vênus in Fuzz (PB)

Post-punk, noise, shoegaze. Zuada boa e arrastada sobre temas que perturbam o ser humano. Som bom pra viajar – não disse de quê – sozinho ou acompanhado. Tá bom de gravarem material novo.

Pra quem curte: Mudhoney, maquinas, Lê Almeida

Ouça: Vênus in Fuzz (2017)

TAXIDERMIA (BA)

A experiência mais extrema que a cantora baiana Jadsa faz é com essa dupla completada pelo músico João Milliet, um dos fundadores do Baiana System. Mesclando o spoken word, o canto popular das ruas baianas, Itamar Assumpção e conjura religiosa numa mesma base sincrética eletrônica, o Taxidermia lançou disco completo em 2024, após dois EPs lançados anteriormente. No palco, a massa sonora é tão radical quanto a proposta, entre o pop e o experimental tipicamente baianos.

Pra quem curte: Jadsa, Juçara Marçal, Giovani Cidreira.

Ouça: Vera Cruz Island (2024)

gueersh (RJ)

Indie pop com um tiquinho assim de psicodelia e desejo de fazer zuada. Depois de um EP criado na base da tentativa e erro – o totalmente excelente Fogo Amigo – o grupo carioca se consolidou como um quinteto de três guitarras no disco Tempo Elástico. Já rodaram bem pelo Sudeste e Sul, descendo até o Uruguai, mas seguem inéditos no Nordeste.

Pra quem curte: marianaa, Yo La Tengo, Frankie Cosmos

Ouça: Tempo Elástico (2023)

Giallos (SP)

Punk, soul, spoken word, jazz e pavio curto. Assim são os Giallos, grupo de Santo André que ao vivo é uma descarga de energia bruta, encharcada de fuzz e poesia surtada, numa entrega quase espiritual. Começaram como trio, mas recentemente agregaram o trombonista Mabu Reis à formação, o que deve ter deixado as aparições ao vivo ainda mais interessantes.

Pra quem curte: Titãs da fase grunge, Cramps, Stooges

Ouça: Amor Só de Mãe (2016)

Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo (SP)

Já experimentados na estrada, tendo tocado na Europa e até no Primavera Sound em Barcelona, Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo é uma banda que amadureceu e influencia outras bandas no novo rock brasileiro. Com uma poética irônica, um suingue e uma dicção próprios, são destaques contemporâneos e tão merecendo galgar o posto de quase-headliners.

Pra quem curte: Ana Frango Elétrico, Tangolo Mangos, Besouro Mulher.

Ouça: Música do Esquecimento (2023)

Bebé (SP)

Do The Voice Kids pros festivais alternativos brasileiros, Bebé é uma das vozes poderosas que apareceram nos últimos anos. Com estreia em 2021, com disco produzido junto a Sérgio Machado Plim, a cantora equilibra r&b com o diálogo com os nomes contemporâneos a ela, como Ana Frango Elétrico, Lello Bezerra e Fabriccio. O mesmo expediente ganhou ainda mais corpo com Salve-se, disco de 2024, em que a cantora divide vocais com Dinho Almeida (Boogarins) e o rapper carioca BK. Deve dar uns bons rolés Brasil afora em breve.

Pra quem curte: Juçara Marçal, Hiatus Kayiote, Erykah Badu.

Ouça: Salve-se (2024)

Fernando Catatau (CE)

Fernando Catatau esteve a frente da Cidadão Instigado por duas décadas e quando a banda parou ele lançou seu disco solo que leva seu nome com uma pegada eletrônica sobre a cidade de Fortaleza num futuro que já é presente.

Pra quem curte: Cidadão Instigado, Giovani Cidreira, Otto, Fagner

Ouça: Fernando Catatau (2022)

Bruno Berle (AL)

De Maceió para o mundo, sendo ouvido até por vocalista de banda de k-pop, Bruno Berle já se sedimentou como hitmaker notório da nova música brasileira. Com seus dois No reino dos afetos (um em 2022 e outro em 2024), o cantor alagoano vai do pop dançante à melancolia violeira sem derrapar, só flutuando. Com seu parceiro batata boy já viajou pela Europa, fez shows em grandes cidades, mas não colou por aqui (ainda, esperamos).

Pra quem curte: Dora Morelenbaum, Mahmundi, Moreno Veloso.

Ouça: No Reino dos Afetos 2 (2024)

Junio Barreto (PE)

Se passaram 13 anos até que Junio voltasse a gravar. Nos dias de hoje, algo impensável. Fato é que nesse meio tempo Junio emplacou música na voz de Gal Costa e de Maria Rita. E nesse novo trabalho mostra que não perdeu a mão nas letras e nem na sonoridade. Cai bem no dia com Otto um fazendo participação no show do outro.

Pra quem curte: Cátia de França, textos de Xico Sá, Fagner

Ouça: O Sol e o Sal do Suor (2022)

Tela Azzu (PB)

MPB, rock, metal, forró. Cabe tudo no som do quinteto paraibano. Cabe certinho pra quem gosta da zuada da Zefirina ou da lombra pesada da Papangu, ambas também paraibanas.

Pra quem curte: Papangu, Zefirina Bomba, Luiz Gonzaga

Ouça: Baleia Explode (2024)

Lurdez da Luz (SP)

Lurdez integrou o Mamelo Sound System ao lado de Rodrigo Brandão. Em carreira solo estreou com o excelente disco homônimo em 2010 e de lá pra cá aliou seu rap com várias influências. No último disco, Devastada, a artista dialoga também com sonoridade nordestina em “Sede de Sertão”.

Pra quem curte: Negra Li, Racionais MC’S, Leci Brandão

Ouça: Devastada (2023)

Dona Onete (PA)

Dona Onete é a madrinha do Carimbó. Do alto de seus 85 anos e mais de 300 composições, a artista embala ao som de um Carimbó alegre que retrata os dias da região Norte com cenários como o mercado do Ver-o-peso e personagens como a Garça Namoradeira.

Pra quem curte: Pinduca, Lia Sophia, Pio Lobato

Ouça: Bagaceira (2024)

Anelis Assumpção (SP)

Da MPB ao Reggae, passeia bem por tudo. Vai na linha de Curumin, com quem é casada e parceira, e já podem fazer um show dobrado ou um participando do show do outro.

Pra quem curte: Céu, Ava Rocha, Luiza Lian

Ouça: Taurina (2018)

Palco Oi, Sumido

Devotos (PE)

A última vez que Cannibal & cia. passaram por aqui foi no Festival DoSol de 2013, quando os shows ainda rolavam na Ribeira! É possível que os mais jovens nem lembrem, mas quem viu garante que foi a maior roda de pogo já registrada em terras potiguares. Tá mais do que na hora de repetir a dose.

Para quem curte: Cólera, Bad Brains, Chico Science & Nação Zumbi

Ouça: Sessões Selo SESC: Ao Vivo no Sesc Paulista (2024)

Zefirina Bomba (PB)

A última vez que a banda paraibana esteve em Natal foi em 2012 e chegou junto com a Ubella Preta. Esta segunda atrasada, e quando disseram que não teria tempo pro show completo, fez um show de uma música só que na verdade foram umas quatro. (risos) Voltando a Zefirina, de lá pra cá eles lançaram em 2015 o Hey Hey Mizerasound mantendo o barulho calcado no grunge/punk/repente.

Para quem curte: Devotos, Nirvana, Mudhoney, Melvins, Planet Hemp, General Junkie

Ouça: Noisecoregroovecocoenvenenado (2006)

Hurtmold (SP)

Com 25 anos de estrada, a Hurtmold é um patrimônio do underground nacional. Tipo de banda que toca muito mais do que grava (a média é um disco a cada cinco, seis anos) é o tipo de show que nunca é igual, não importa quantas vezes você veja os caras ao vivo. Considerando que a única vez que eles passaram por aqui foi no Festival DoSol de 2018, dá pra apostar que o show deve estar bem diferente agora.

Pra quem curte: Tortoise, Orkestra Rumpilezz, Mahmed, Fugazi

Ouça: Mils Crianças (2012)

Otto (PE)

Otto não vem a Natal, se não falha a memória, há uns 10 anos. Quem já viu um show dele, sabe que a entrega é total. Bebe, fuma, canta, toca, conta histórias, se diverte com a bandaça que o acompanha. Da estreia solo com o Samba Pra Burro até o último disco, Canicule Sauvage, Otto passeia por muitas influências fazendo dançar e refletir.

Pra quem curte: Nação Zumbi, Zeca Pagodinho, China

Ouça: MTV Apresenta Otto (2006)

maquinas (CE)

Jazz, punk, pós-punk, shoegaze? Misture tudo e vamos chamar de experimental. Som lombroso, synth com sax e uma guitarra que guia a viagem em meio a divagações sobre os dias e os seres viventes que apodrecem lentamente vagando. Esteve em Natal na finada Faster Pizza (<3), ou não?

Pra quem curte: Chinfrapala, George Belasco & O Cão Andaluz, Fóssil

Ouça: O Cão de Toda Noite (2019)

George Belasco & o Cão Andaluz (CE)

Devo e Ramones tomando uma cerveja na Praia de Iracema. Taí o som massa que a banda de Fortaleza faz. Da sonoridade eletrônica passando pelo punk e pós-punk, a banda passeia bem por tudo. Vide o som pop redondo de “Casualidad“. Passaram por Natal há mais de 10 anos num formato trio punk e deixou saudades.

Pra quem curte: Devo, Ramones, Cidadão Instigado, no wave em geral

Ouça: O Trabalho Mortifica (2023)

Foto: Divulgação

The Renegades of Punk (SE)

Punk tropical. Não conhece? Misture Runaways com Buzzcocks na beira da praia em Aracaju com uma pratada de camarão e bebendo uma caipirinha.

Pra quem curte: Mahatma Gangue, Ornitorrincos, Futuro

Ouça: Coração Metrônomo (2012)

B Negão & Seletores de Frequência (RJ)

Bailão tropical com rock, ska, metal, hardcore e tudo mais que os caras quiserem mandar. Apesar do show ser bem rodado e conhecido Brasil afora, já são mais de 10 anos sem passar por aqui.

Pra quem curte: BaianaSystem, Chico Science & Nação Zumbi, Planet Hemp

Ouça: Sintoniza Lá (2012)

Curumin (SP)

Samba, pop, hip hop, jazz, funk. Tudo isso e um pouco mais. Visto última vez por essas bandas no MADA ainda nos tempos de Via Costeira. Quem viu e ouviu a versão do clássico “Feira de Acari” não esquece.

Pra quem curte: Céu, Guizado, Cidadão Instigado

Ouça: JapanPopShow (2008)

Céu (SP)

Samba, pop, hip hop, jazz, funk. Faz tempo que Céu não passa por Natal e lançou em 2024 o disco Novela. Mais um muito bom em sua carreira.

Pra quem curte: Guizado, Cidadão Instigado, Bob Marley & the Wailers

Ouça: Novela (2024)

Buguinha Dub (PE)

Devia ser uma tradição adotada por todos os festivais de encerrar o line-up com um set de reggae e dub pra acalmar os ânimos. Figuraça dos sistemas de som enfumaçados, o pernambucano Buguinha tem gás, fôlego e repertório pra levar o baile até o raiar do dia, só na maliça. A última vez que ele passou por Natal foi no Circuito Ribeira de 20122, ou seja, tá mais que na hora de voltar.

Pra quem curte: BaianaSystem, Nação Zumbi pós-Chico Science, acender tocha

Ouça: Vitrola Adubada (2009)


Notas:

  1. Lembramos mais uma vez pra não perder o costume que o Não Vai Dar Ninguém Festival é uma criação da mente coletiva e transtornada da redação e não existe em nenhum plano de realidade conhecido. Se alguém tentar vender ingresso, casadinha ou abadá a você, denuncie a alguém. Mas não ligue nem procure a gente, não temos nada a ver com isso ↩︎
  2. A primeira versão do post colocava Buguinha equivocadamente no palco dos Inéditos. Agradecemos ao amigo Rafael F pela lembrança do show de 2012, e ajustamos a informação. ↩︎

Uma resposta para “Não Vai Dar Ninguém Festival – O Retorno”.

  1. Caralho, o melhor lineup de festival que vi nos ultimos 6/7 anos tranquilamente. Fiquei afim de ouvir tudo. pqp deem um jeito de organizar essa merda agora!!!

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