Sigo firme em ouvir o máximo possível de discos lançados em 2024 e lá vão mais cinco lançamentos. Psicodelia, pop, rap, grindcore e eletrônico. Sigo diverso aproveitando o máximo do maravilhoso universo musical brasileiro.

Cäbränegrä – Karoshi

(Spotify / Bandcamp / Tidal)

Um disco dedicado ao mal que o trabalho faz ao corpo e a mente do trabalhador. Obviamente o trabalho exploratório, que basicamente é o que permeia o sistema capitalista de obtenção de lucro desenfreado sem se medir as consequências. O adoecimento do corpo e da mente está expresso em Karoshi, palavra japonesa que significa morte por trabalho, através de uma sonoridade rápida e agressiva. Tal qual o que esse adoecimento súbito provoca: a morte rápida. Da arte da capa, passando pelas letras e chegando no instrumental do álbum, a agonia dita a obra.

Carne Doce – Cererê

(Spotify / Youtube / Bandcamp)

Indie pop, pop psicodélico? Tanto faz ou tem de tudo um pouco. Cererê remete ao espaço homônimo em Goiânia, palco de resistência ao cenário musical sertanejo, onde festivais como Vaca Amarela, Goiânia Noise e Bananada aconteceram. A banda olha para trás e trata a casa além do espaço físico, trata como um espaço de descobrimentos, aprendizados e afetividade. Letras e sonoridade passeiam por esse sentimento criando um disco dançante introspectivo.

Sofia Freire – Ponta da Língua

(Spotify / Youtube / Tidal)

A pernambucana Sofia Freire produziu pela primeira vez inteiramente um trabalho seu. Com letras pessoais envoltas em uma situação de bloqueio criativo, foi necessário explodir o teto para que o céu lhe cobrisse a cabeça, como diz trecho da faixa “Autofagia”, que abre o trabalho. O álbum traz sobreposição de vozes e teclas criando camadas. Dançante, o álbum traz apenas uma participação, a de Igor de Carvalho. Sofia passeia por sua própria história da infância aos dias atuais, tal qual uma sessão de terapia para exorcizar males e fazer deles inspiração para crescer.

Kamau – Documentário

(Spotify / Youtube / Tidal)

Batidas simples, voz à frente chamando atenção para as rimas e ideias que se passam em menos de 2 minutos, em todas as músicas que compõem o disco. Parecem pedaços de uma música que foram destrinchados, mas mesmo com o pouco tempo, muitas fecham o ciclo das ideias. Como observações simples sobre o passar dos dias.

O Quartinho – Desencontro

(Spotify / Youtube / Bandcamp)

O nome da banda mais o título do disco me levaram logo a pensar em droga. E é, mas não a que eu pensava. É a droga do amor, com uma roupagem brega psicodélica. Lombra boa. Romantismo com uma viagem sonora para dançar a dois ou tomar uma chorando, lembrando dos bons momentos passados. A banda é de Recife e está na ativa há cinco anos. Destaque para “O Outro”, com percussão caliente e temática chifreira que deixaria o Rei com sede.

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