Quando se pensa em rock, o espaço ligada ao início das bandas é a garagem. Quando é o samba, o espaço é o quintal. E o quintal é o local onde se recebe os amigos. Para conversar, beber, comer, escutar música, se divertir entre os nossos.
O podcast Sambas Contados, da Globoplay e apresentado por Emicida, traz figuras conhecidas e lendários do cenário do Samba, como Tia Ciata e seu quintal, Beth Carvalho e Cacique de Ramos. Mas, acima de tudo, tem o papel de reverenciar quem merece e foi esquecido pela vida. Seja pela subversão ao que o samba era associado ou ao racismo que até hoje ainda o persegue. E, apesar da perseguição, do samba veio o samba rock, o rap brasileiro. E o samba também foi influenciado pelo choro, pelo jazz e tudo que mais ao redor.
Estilo brasileiro, com instrumentos inventados para sua execução, o Samba sempre expressou de forma clara os anseios da nossa sociedade, cobrou, chorou, fez sorrir. O Samba é uma entidade que levou ao mundo o que é a música brasileira. E com ele, personagens como Dona Ivone Lara e Alaíde Costa se sobressaem. Dona Ivone Lara tanto pela música como por ser enfermeira da médica psiquiatra Nise da Silveira e por incluir a música e seus instrumentos em tratamentos médicos, uma época que os cuidados terapêuticos não eram tão humanos. Alaíde Costa por não parar de gravar desde os anos 50, mesmo depois de um esquecimento por parte da turma da Bossa Nova, e ter seu disco O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim eleito como um dos melhores do ano de 2022 pela APCA e diversas listas de sites musicais.
E também estão nos 10 episódios Johnny Alf, mais um que sofreu com o preconceito, Pixinguinha, os Marçal, Aparecida que foi fazer sucesso em Fortaleza e Leci Brandão. Leci é uma força da natureza e dentre tantos ídolos representados, foi o episódio com ela que mais gostei.
O primeiro episódio está abaixo e já aviso que depois que você começar não vai parar. São ótimas histórias, nem sempre felizes.






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