Fotos: Rafael Passos e Rafael dos Santos

Em pouco mais de um mês, entre novembro e dezembro, a oferta de shows em Natal foi intensa. Quem quis ver som ao vivo, pode dar um passeio entre Potilândia, Ribeira, Cidade Alta e Candelária. Festival DoSol, Circuito Ribeira, Festival do MST e Festa de 15 anos da nossa revista.

Jennify C. no Festival DoSol (Foto: Rafael Passos)

Já fomos mais ativos em cobrir shows, mas a idade traz novas ou mais responsabilidades que nos fazem pensar melhor antes de uma noitada para curtir bandas. Ainda mais com custos e preço que o corpo cobra. Atletas do copo. Fato é que a sequência de eventos me fez ver uns 50 shows em pouco mais de 30 dias.

O passeio pelos quatro eventos citados fez ver que o público está ávido por diversão, é diverso, e receptivo às atrações. Elegendo aqui e ali alguns preferidos, mas receptivo ao todo. No festival do MST o mais legal foi ver famílias curtindo shows gratuitos de grandes nomes da música nacional dentro da governadoria do estado. Democracia e fomento cultural. O que também ocorreu em ações gratuitas do Festival DoSol, seja na sede em Potilândia ou na Cidade Alta, e do Circuito Ribeira que abraçou mais uma vez o bairro histórico da cidade e que mais uma vez passa por uma tentativa de revitalização.

Juçara Marçal ao vivo no Festival DoSol (Foto: Rafael Passos)

Entre tantos shows, destaco Ale Du Black abrindo o penúltimo dia de Festival DoSol com um show transformado em espetáculo. Já vale um horário nobre na grade. Digo o mesmo de Mateus Fazeno Rock, showzaço que já ganha destaque país afora. Josyara e Juçara Marçal, duas gigantes da música brasileira que deveriam estar no topo de nossa música. Totonho e Ferve com um show contagiante e Jennify C roubando a cena com Àttooxxá. Muito bom reencontrar o guerreiro independente Gabriel Thomaz, que sigo desde os tempos de Little Quail & The Mad Birds, e ver Sarah Oliver abraçando o brega, um estilo romântico tão desvalorizado e ao mesmo tempo tão inclusivo na roedeira. Também a ascensão de Gracinha que vai lançar disco e já tem outro na agulha! Em termos de música feia, Budang e Crypta fizeram dois excelentes shows. Crypta como destaque, o quarteto feminino parecia uma carreta desgovernada descendo ladeira. Na sede DoSol muito bom conhecer a mineira Bia Nogueira e rever Simona Talma, bem, e em ação. Ela merece.

Ale Du Black no Festival DoSol (Foto: Rafael Passos)

Odair José foi o ponto alto do Festival do MST. O vimos anos atrás em plena (e finada) Churrascaria A Carreta, em fase de ostracismo, circulando pelo país com seu violão e entoando seus clássicos atemporais. Vê-lo de volta, bem, com uma banda excelente tocando canções novas com uma pegada roqueira foi maravilhoso. Cátia de França, outro ícone da música nacional, e do alto dos seus 80 anos, também foi emocionante, bem como Tiquinha Rodrigues ladeada por Isaar e Luana Flores. No Circuito Ribeira ficam como destaques Pretta Soul e Vagalumes do Mar que gostei desde o primeiro show. O que nos levou a chamar Edo (voz e teclados) para gravar o podcast e a tocar na nossa festa de 15 anos, que rolou no Skate Burrito, com Vagalumes, Joseph Little Drop e Jubarte Ataca.

A festa foi a terceira em 15 anos de existência. Nunca foi, não é e nem será nossa praia produzir eventos. Passada a apreensão de dividir público com um evento gratuito na Cidade Alta, foi massa ver o Skate Burrito lotado. Cerveja já acabando antes da primeira banda e três shows massa das bandas comprometidas com a fulerage. Gostamos.

Xau, 2023. Nos vemos por aí em 2024.

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